Pela primeira vez um filme de Wall Street focará numa mulher

‘Equity’ tem previsão de ser lançado até o início do ano que vem e já atrai atenções




DiCaprio encarnou Jordan Belfort em “O Lobo de Wall Street”
Foto: AP
DiCaprio encarnou Jordan Belfort em “O Lobo de Wall Street” 
LOS ANGELES - Hollywood já imortalizou personagens como Gordon Gekko (Michael Douglas), o inveterado fumante do filme “Wall Street”, de 1987, e o ardiloso Jordan Belfort (Leonardo DiCaprio) de “O Lobo de Wall Street”, em 2014. Agora será a vez de Naomi Bishop, a primeira grande banqueira de Wall Street a entrar em cena. Ela será a protagonista de “Equity”, que tem previsão de ser lançado no fim deste ano ou no início de 2016. No filme, a personagem será uma banqueira-sênior da área de investimentos, à frente da abertura de capital de uma companhia como Facebook ou Twitter, de acordo com a “CNN Money”.
O roteiro é baseado em entrevistas com mulheres — e homens — que trabalham em grandes bancos. Na trama, os ingredientes são acordos de negócios, corrupção e machismo.
MULHERES PODEROSAS
— É adorável que alguém como Sheryl Sandberg (CEO do Facebook) diga "Faça Acontecer" (título homônio do livro que escreveu sobre liderança feminina), mas o que eu descobri em entrevistas com mulheres de Wall Street é que se elas 'fizerem acontecer' todos pensarão que são megeras — disse à CNN Money a produtora do filme e estrela da série "Orange is the New Black", Alysia Reiner.
"Equity" é o primeiro filme da produtora de Alysia e da atriz Sarah Megan Thomas, a Broad Street Pictures, fundada no ano passado com objetivo de produzir filmes com fortes protagonistas. Elas defendem que já era o momento de mostrar as mulheres de Wall Street não apenas como secretárias.
— Você está em uma sala onde há 30 homens e você é a única mulher. Não é tão confortável quanto poderia ser se houvesse mais diversidade — disse Sarah. — É um problema complexo.
As mulheres ainda ganham menos em vários ramos da indústria, e somente 14% dos CEOs das maiores empresas de capital aberto nos Estados Unidos são mulheres, de acordo com a CNN Money. Ao mesmo tempo, há uma série de equívocos com o entendimento de minoria e da representatividade da mulher.
— Alguns homens entrevistados falaram que sentiam que mulheres eram promovidas mais cedo por conta de um efeito reverso de discriminação — contou Sarah.
A NOVA WALL STREET
O filme também quebra uma barreira ao olhar para a Wall Street de hoje, depois da crise financeira, e em um mundo com novas regras de regulação.
Entrevistar atores e outros membros da equipe criativa para vários papéis diante e atrás das câmeras tem sido um desafio. Muitos artistas disseram a Alysia e Sarah coisas como: "Eu odeio essas pessoas". Outros chamaram os banqueiros de Wall Street de "eixo do mal". A atriz que vai interpretar o papel de Naomi Bishop até agora não foi escalada.
O roteiro de “Equity” pretende funcionar como um thriller, com base em conversas sobre banqueiros, mulheres, poder e uma nova elite tecnológica.
A diretora em ascensão Meera Menon, premiada no festival de Tribeca em 2013 como cineasta inovadora, assinou contrato para dirigir o filme. Ela brinca que sequer tem carro próprio e que anda intrigada com a complexidade das pessoas que trabalham em Wall Street.
— Wall Street faz o mundo girar — disse Sarah.


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